O Caminho
Acordei cedo como sempre, peguei meu casaco e fui dar uma volta, quando sai comecei a sentir fome e comecei a procurar um lugar para tomar café da manhã, entrei em uma porta aleatória e perguntei onde seria um bom lugar para tomar café, ele me respondeu que eles serviam café no andar de cima, resolvi subir. No caminho eu vi a cozinha, um lugar cheio de gente, pouco limpo e quase nada confiável, mas como eu já sabia que todos os lugares aqui são assim, resolvi comer por lá mesmo. Fiquei lá um bom tempo, pensando na vida, a vista era incrível, dava pra ver todo o vale eu estava no terceiro andar de um prédio q ficava numa colina. Chegaram as torradas e o meu chá quente, eu estava muito feliz de estar lá.
Voltei para o hotel e fui fazer o treaking, Femi o anão já não aguentava mais e resolveu ficar no hotel assistindo televisão. O dono me levou para a estação de ônibus que era um verdadeiro caos, um monte de gente falando ao mesmo tempo, lixo no chão e vendedores entrando e saindo. Depois de entrar duas vezes no ônibus errado, ele perguntou para um outro local e finalmente entramos no ônibus certo.
No ônibus começamos a conversar, ele estava preocupado porque aqui na Índia os filhos deveriam ajudar os país depois de velhos, e ele não estaria em forma para sempre para realizar esses passeios. Eu respondi que ele deveria então fazer o seu hotel virar seu principal negócio, e não os passeios, ele me perguntou como e eu respondi que quando chegássemos a cidade eu compraria um Kotler para ele.
Na hora de descer eu quase que não acreditei, era um lugar localizado exatamente no meio do nada! Entramos por uma pequena trilha na floresta. Era estranho que todas as árvores eram iguais e divididas, metade da montanha era de pinheiros e a outra era uma outra que eu não sei o nome, depois de pensar um pouco eu reparei que elas eram divididas pelo Sol e pela sombra.
Começamos a andar e eu a pensar em quanto que eu deveria pagar ao guia: ele não quis cobrar nada eu pensei que 500 rupias era um bom preço (R$19), mas ele começou a pagar tudo, o pinico, as passagens, a água, tudo! Pronto, como o professor de marketing falou: perdi a noção do preço e fiquei propenso a pagar mais. Ps: aqui o dinheiro é supervalorizado (o hotel para 2 pessoas foi 11 reais)
Depois de umas 2h de caminhada chegamos a um lugar lindo, paramos e começamos a comer umas guloseimas, beber um pouco de água e conversar, ele me explicou que as meninas no sul eram mais liberais e que algumas garotas aqui ficavam sim com estrangeiros! Fiquei muito feliz em escutar isso, mas ainda assim não tinha certeza se e acreditava, uma vez que o eslovaco da minha casa me disse que aqui nem namorar eles namoram.
Depois disso continuamos a caminhada no meio da floresta, eu já estava ficando assustado com o preparo físico dele, agente estava indo num ritmo até que forte e ele não parecia ceder. Ao chegar no topo tiramos algumas fotos e fomos até um templo. Lá dentro dava pra ver todo o vale nos quatro cantos do templo, era cheio de macacos e só podia entrar quem estava descalço. Ficamos um tempo descansando num banco e vimos uma mulher e uma criança sendo atacada por dois macacos que roubaram sua comida, um macaco também tenteou nos atacar mas ele viu antes e ameaçou a jogar uma pedra neles, resolvemos sair.
Na volta vimos umas raças diferentes de macaco, um macaco branco e outro muito maior que os normais. Quando paramos ele começou a falar sobre casamento gay e eu respondi que quase não tinha gays no brasil porque quase todo mundo era preconceituoso, ele ficou quieto e continuamos a caminhada.
Chegando na estrada novamente tomamos um chá e ele me contou de um casal da Austrália que ficou viajando com ele por um mês, eles ficaram tão agradecidos que começaram a enviar dinheiro constantemente, com isso ele pretendia terminar a faculdade.
Pegamos um ônibus lotado e por sorte conseguimos um lugar. Após um tempo entrou um senhor que mal conseguia andar, sem exitar levantei e sedi o meu lugar, todos olhavam para mim indignados! Sem entender muita coisa resolvi perguntar se o que eu fiz era errado, o guia me respondeu que não era comum, fiquei feliz porem dolorido com a minha ação: depois de um tempo eu já tinha que quase me pendurar para obter meu próprio espaço no ônibus.
Voltamos ao hotel e lá estava Femi assistindo televisão, ao me ver seus olhos brilharam e sua boca pronunciou a frase da vitória: vamos voltar para casa? Eu acho que para alguém que não tem ocostume de viajar aquilo tinha sido muito pesado para ele. Entramos no 6onibus e depois de duas pequenas batidas, uma noite acordado, 13 horas e um coração um pouco mais cansado chegamos em Jalandar.
No caminho fiz alguns amigos ao aceitar beber um gole de uma “vodca” (de péssima qualidade), eles me ajudaram muito ao chegar na cidade pois os condutores de auto-ricshard não falam inglês. Eles começaram a traduzir, o motorista queria 500 rupias para me levar (o preço deveria ser 50), eu disse que não e ele rapidamente falou: ok! Posso voltar a dormir... Sem saber o que fazer entrei e falei 400, ele concordou e um dos maiores erros da viagem já estava feito.
Depois de meia hora cheguei a conclusão de que ele estava perdido, pedi para parar num bunker. A dentro havia um soldado que falava em inglês, o problema era que ele não fazia ideia onde era a Rua Solphipin, o meu destino. Depois de 3 horas andando por ai eu encontrei uma alma boa que tinha um celular, ele ligou para a minha casa e Jedip (o dono da casa) veio me buscar de moto. Estava 500 rupias mais pobre porem feliz: finalmente cheguei.